Simbiosis – Fixação Biológica do Nitrogênio
Entendendo os Bioinsumos 6
As relações entre microrganismos e plantas é bem maior do que se aparenta, as relações simbióticas na agricultura proporciona grandes ganhos em muitos fatores, desde o fator econômico em reduzir a aplicação de fertilizantes, como também o seu grande impacto ambiental.
A simbiosis (del griego: σύν, syn, ‘juntos’; y βίωσις, biosis, viver), já olhando sobre o aspecto agronômico, podemos identificar as relações íntimas de organismos de diferentes espécies que constroem associações em que ambos se desenvolvem e se beneficiam mutuamente.
Quer dizer, as simbiosis existentes no “mundo vegetal” podem ser identificadas e relacionadas como relações mutualísticas de longo prazo que resultaram e uma coevolução;
Nesse mesmo sentido, uma relação simbiótica tão importante são as famosas micorrizas, a ação dos fungos (do latim myco) interagindo com a rizosfera vegetal (riza: raíz) ou seja, os fungos interagindo diretamente nas raízes das plantas, que são capazes de absorver do solo e fornecer para as plantas água e nutrientes, por vez a planta serve como fonte de nutientes como açúcares.
Isso representa uma economia de energia para a planta, pois essa garantia de nutrientes permite que ela se desenvolva mais rapidamente, além de uma proteção extra para as raízes contra toxinas e patógenos.
A FBN é fundamental na sustentabilidade dos ecosistemas
A inoculação como uma interação biológica de suma importância na soja, a partir identificação de microorganismos com esse potencial proporcionou um grande avanço tecnológico na agricultura, o uso desses microorganismos na Fixação Biológica do Nitrogênio – FBN resultou em uma importânte economia, devido a redução da compra de insumos, aplicação e distribuição de adubos nitrogenados em leguminosas;
Somente as legumiosas são beneficiadas por essas associações?
Não, já se sabe que há outras espécies de bactérias como o Azospirillum, capazes de fixação do nitrogênio atmosférico em associações como por exemplo o milho, trigo, cana de açúcar. Há de se ressaltar que nessas plantas não ocorre formação de nódulos nas raízes. Em pesquisas recentes a cepa Herbaspirillum
para inoculação de gramíneas, apresentou resultados significativos em uma possível redução ao redor de 40% no milho;
Simbiose de bactérias fixadoras de Nitrogênio em leguminosas
Até hoje os 6 principais gêneros identificados em simbioses nas legumiosas são: Allorhizobium, Azorhizobium, Bradyrhizobium, Mesorhizobium, Rhizobium y Sinorhizobium. Atualmente a forma mais usual para fixação Biológica do Nitrogênio é através de bactérias do gênero Rhizobium e Bradyrhizobium. Nessa relação a planta fornece açúcares da fotossíntese como energía para as bactérias em troca, disponibilizam o nitrogênio para a planta, se estima que esse processo contribui entre 70-80% das exigências de nitrogênio no cultivo da soja, tendo em conta que para cada tonelada de soja produzida são necessários aproximadamente 90Kg de Nitrogênio para uma produção de >4.000Kg/ha de grãos, está dada a importância para realizar uma inoculação eficiente e de qualidade.
Mas porque não se usa qualquer gênero em soja por exemplo?
Cada especie vegetal vai produzir flavonóides, isoflavonóides e compostos fenólicos específicos para ativar os genes de nodulação de cada Rhizobium, por isso, muitas vezes os microorganismos que se usa em soja não se podem ser utilizados em feijão; ou seja esses genes específicos vão gerar uma resposta fisiológica quando em contato com a bactéria, que são os genes Nod-formação ou Nod fatores, que ocasiona em uma deformação do pelo radicular, posteriormente uma divisão de células corticais para assim a formação do nódulo, a partir daí o reconhecimento mútuo vai possibilitar a invasão do tecido cortical, o início da atividade meristemática e a supressão das atividades de defesa mediante tal agente “infectante”, por isso é importante o uso de bactérias específicas para espécie vegetal.
Competitividade e antagonismo
Evidentemente que no solo há bilhões de microorganismos que atuam de diferentes formas, pois estão em seu ambiente natural, organizados em uma evolução constante e de certa forma em equilibrio; quando se faz a introdução de espécies diferentes nesse ambiente como é o caso da inoculação, há de se cosiderar que haverá uma competição gerada para poder se estabelecer na rizosfera , por esse motivo a inoculação se faz com doses altas desses microrganismos para que se possa PROMOVER uma boa nodulação.
O que falta para que a inoculação resulte eficiente e exitosa?
Há de se fornecer os micronutrientes essenciais para a nodulação ou melhor dizendo, para favorecer os agentes simbiontes, através do PROMOVER/ESTIMURIZ fornecendo o Molibdenio atuando nas enzimas nitrogenase e redutase do nitrato, que são as formas do fixadas do Nitrogênio atmosférico pelos Rhizobium, assim assimiláveis pelas plantas; o Cobaldo atuando diretamente na Leg-hemoglobina, que fornece difusão de pequenas doses de oxigênio para o sistema que é anaeróbico.
Além disso, PROMOVER leva em sua composição o Zinco, este micronutriente indutor da sintese do Triptófano, um aminoacido precursor das Auxinas, relacionadas com crescimento radicular e meristemático, além disso é um micronutriente muito exigido em gramíneas
Considerações finais:
- Inocular as sementes por separado e após a aplicação dos tratamentos fitossanitários,
- Não inocular na caixa de semeadura,
- Inocular preferencialmente pela manhã e semear em até 12 horas,
- Usar Cobalto e Molibdênio (PROMOVER) também foliar em V3 e V5
- Inoculação mixta, com cepas de Azospirillum, favorece a microbiología do solo e consequentemente a soja
F.Bretner
Bibliografía
www.biblioweb.tic.unam.mx/libros/microbios/Cap8/ kcenter.lallemandplantcare.com/es/brazil-paraguay/fundamentos/leguminosas-y-rizobium-combinacion-perfecta/ www.unavarra.es/herbario/leguminosas/htm/simbiosis_L. gmicsesalq.com.br/fixacao-biologica-de-nitrogenio-simbiotica/Cuetos repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/20723/1/RLAB13082021-MA1166.pdf tede.ufrrj.br/jspui/bitstream/jspui/1992/2/2015%20-%20Jakson%20Leite.pdf www.ciudadciencia.es/agenda/simbiosis-leguminosa-rizobio-beneficiosa-para-las-plantas-para-las-bacterias-y-para-nosotros-4/
Que artigo esclarecedor, com certeza esclarecerá muitas dúvidas.
Parabéns pelo ótimo artigo.